sexta-feira, 9 de janeiro de 2015

Em 2015 4 Mil Vagas para área Policial


Em 2015, serão abertas mais de 4 mil vagas por todo o Brasil em concursos para a área de Segurança Pública. Duvida? Entre os principais previstos estão o da Polícia Rodoviária Federal (PRF), do Departamento Penitenciário Nacional (DEPEN), da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco e da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Outros, já estão abertos, como nos casos da Polícia Civil do DF, da Polícia Técnico-Científica de Goiás e da Secretaria do Sistema Penitenciário do Distrito Federal.

As seleções para essa área costumam atrair muitos candidatos. O último certame realizado pelo DEPEN, por exemplo, reuniu um total de 46.340 inscritos concorrendo a 138 vagas. Com tamanha concorrência, os interessados devem começar os estudos desde já para conseguir obter o sucesso. Tendo isso em vista, a FOLHA DIRIGIDA conversou com dois especialistas na área: João Lasmar, professor de Direito Administrativo, e Jociane Louvera, professora de Direito Penal, ambos da Academia do Concurso, para conseguir dicas de preparação.

Perfil Psicológico para a área/cargo:

Em primeiro lugar, é preciso levar em conta o perfil psicológico do candidato. "É uma função que exige muito do ser humano, principalmente domínio próprio, tem que estar muito bem preparado psicologicamente para atuar na área da segurança pública, pois se vive e sobrevive diariamente", avalia Jociane. "Ele deve saber se adaptar a diferentes realidades, saber conviver com a pressão. É preciso, também, possuir certo grau de agressividade, mas sem ser descontrolado", completa Lasmar. É importante lembrar que, geralmente, uma das etapas desses concursos constitui-se em uma avaliação psicológica.

Tenha como base de estudo editais anteriores:

Para começar a preparação, a dica é se basear nos editais anteriores e procurar uma orientação profissional para este estudo. "O edital é muito extenso, mas o núcleo de conteúdo comumente cobrado contuma ser o mesmo e um curso ajuda a encurtar esse processo de estudo de edital. Outra coisa muito importante é ficar atento às fases do concurso. O índice de reprovação nos testes físicos são muito altos, por exemplo", alerta Lasmar. Além disso, Jociane aconselha que os candidatos participem de turmas de simulados, pois ajudam a desenvolver a auto-disciplina para a realização de provas.

Não menospreze as disciplinas básicas:

Segundo os especialistas, as disciplinas básicas são Português, Direitos Administrativo, Penal e Processual Penal, Informática e Raciocínio Lógico. "É importante que o candidato tenha consciência de que, para passar em um concurso público, ele não pode ser especialista em uma ou duas disciplinas. Não adianta saber muito Direito Penal, por exemplo, e não saber nada de Direito Administrativo. Ele deve estar apto em todas", ressalta Jociane. Vale lembrar ainda a importância do condicionamento físico: neste órgãos, com exceção dos cargos com atuação na área administrativa, há sempre a realização de testes físicos, com razoável nível de dificuldade e de caráter eliminatório.

Crie uma rotina disciplinada de estudos:

De acordo com João Lasmar, para conseguir cumprir uma rotina de estudos é crucial manter a disciplina e o foco no objetivo. "O candidato deve ter em mente, também, que é inevitável ter que abrir mão de certas coisas, principalmente do lazer. Isso faz parte. Para ajudar a ter disciplina, sugiro a criação de um cronograma para duas semanas e estabelecer o estudo de pelo menos duas matérias por dia ao longo desse período. Outra dica, que torna os estudos mais produtivos, é realizar uma alternância de matérias. Estudar de duas a três horas uma e mudar para outra. Isso funciona como um certo descanso para o cérebro".

Observe as características da banca organizadora:

Os professores também concordam que o estudo da banca é de extrema importância no momento de preparação do candidato. "É preciso saber de que forma a banca em questão costuma cobrar o conteúdo. A principal diferença entre os concursos se dão em razão da escolha da banca. Se levarmos em conta o âmbito federal, a mais tradicional é o Cespe/UnB", explica e acrescenta João. Justamente a mais temida, de acordo com Jociane. "Os candidatos costumam temer o Cespe. Em razão de uma alternativa errada anular uma certa, todavia, é uma excelente banca, o candidato precisa apenas se preparar para fazer as questões, de forma a marcar aquelas que tem certeza".

Tenha consciência que a área policial envolve riscos:

Para aqueles que estão na dúvida quanto ao ingresso na carreira pública, Jociane Louvera acredita que é uma oportunidade de conseguir um emprego seguro e com um bom salário, dependendo apenas do seu esforço. No entanto, em se tratando da área de Segurança Pública, ela alerta para uma possível e provável decepção. "Normalmente o sonho de quem entra para este setor é mudar o atual cenário e isso não acontece, o que muitas vezes acarreta uma insatisfação de ordem pessoal e psicológica, isso sem considerar o risco natural de tais atividades".

No Brasil, a área de segurança pública sofre com restrições orçamentárias:

João Lasmar acredita, ainda, que a Segurança Pública no país está passando por um momento muito difícil, que envolve tanto a falta de investimento, treinamento e qualificação necessários, quanto o descrédito por parte da população. "Muito se fala, mas pouco se faz pela segurança pública no Brasil. Se você comparar os benefícios dados aos servidores com os que são oferecidos pelo legislativo e judiciário, por exemplo, vai perceber que há uma diferença gritante. Além disso, a própria sociedade não apresenta respeito pelos agentes de segurança. No entanto, o cargo público possibilita uma estabilidade relativa e a tranquilidade para planejar a vida a médio e longo prazo. É preciso colocar na balança os prós e os contras para escolher o que é melhor para si", completa.

Fonte: Folha Dirigida

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